junho 10, 2018

Dr. Martinho e uma jovem possessa


Certa vez, durante a vida do Dr. Martinho Lutero, uma jovem mulher nascida em Meissen, que muitas vezes era molestada e atormentada pelo diabo, foi levada a Wittenberg. E uma carta foi escrita ao abençoado Dr. Martinho que dizia: deveria salvar e resgatar do espírito maligno esta jovem que tinha 18 anos. Quando apresentaram esta virgem ao Dr. Martinho, ele a perguntou naquele momento se ela poderia dizer sua fé [o credo]. Ela respondeu: Sim. 'Então o abençoado Dr. Martinho lhe ordenou que dissesse. Quando ela começou e chegou ao artigo [do credo] e a estas palavras, 'Creio em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor', ela já não podia falar, pois o espírito maligno começou a convulsiona-la e atormentá-la. Então o Dr. Lutero falou, 'Te conheço bem, demônio. Você realmente gostaria de alguém para organizar uma grande cerimônia com você e te celebrasse muito. Comigo, você não encontrará nada parecido. Então ordenou que, no dia seguinte, ela fosse levada ao seu sermão na igreja, e, em seguida, fosse levada para a sacristia, e disse aos outros servos da igreja que também fossem à sacristia.

A virgem foi obediente e assistiu ao sermão do doutor, mas depois, quando quiseram levá-la à sacristia ela caiu, se bateu e convulsionou, de modo que vários estudantes tiveram que levá-la até lá e colocá-la nos pés do abençoado Dr. Martinho, fecharam a porta da sacristia, e todos os servos da Igreja, juntamente com vários estudantes, ficaram ali.

Então o Dr. Martinho começou e fez esta breve advertência aos servos da Igreja, que deveria ser bem observada por todos os pregadores da Palavra divina que se encontrassem na mesma situação, e não deveriam fazer nada diferente.

1- Ele começou e falou: "Agora e em nosso tempo, as pessoas não devem expulsar os demônios como foi feito no tempo dos Apóstolos e pouco depois, quando era necessário fazer milagres e sinais pelo bem do Evangelho, para confirmá-lo como uma nova doutrina, o que em nosso tempo não é necessário, já que o Evangelho não é uma nova doutrina, mas que foi suficientemente confirmado. E se alguém quiser expulsá-los como fizeram naquele tempo, tentam a Deus", disse ele.

2 - "Não se deve expulsar demônios com conjurações e ordenanças, como fazem alguns no papado e, inclusive, alguns de nossa gente, mas deve expulsá-los com orações e desprezo. Porque o diabo é um espírito orgulhoso, que não suporta a oração e o desprezo, mas deseja uma cerimônia. Portanto, ninguem deve fazer uma cerimônia com ele, mas deve desprezá-lo tanto quanto seja possível".

3 - O Dr. Lutero falou ainda: "É preciso expulsar o diabo com e mediante a oração, de tal forma que nenhuma regra se prescreva ao Senhor Cristo, nenhum meio e maneira, nenhum tempo ou lugar, quando e como se deve expulsar o demônio, porque isso seria tentador para Deus. Mas persistimos na oração tanto tempo, batemos e batemos [na porta] durante tanto tempo, até que Deus ouça a nossa oração, como Ele mesmo diz: Mat. 7, "Pede e receberás, busque e você achará, toque e se abrirá". Mas Uzias, tenta a Deus ao estabelecer e prescrever o tempo para Deus, em que Ele deve ajudá-lo, Judite 7. Portanto, Judite o repreendeu corretamente.

4 - O Dr Lutero colocou sua mão direita sobre a cabeça da virgem, assim como alguém coloca as mãos sobre aqueles que estão sendo ordenados e consagrados ao ofício da pregação. E ordenou aos servos do Evangelho que fizessem o mesmo, e lhes ordenou que falassem em sua honra: Primeiro, o Credo dos Apóstolos. Então, o Pai Nosso. Em terceiro lugar, o Dr. Lutero pronunciou estas palavras, João 14: "Em verdade, em verdade vos digo, tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, lhe será concedido. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pede e receberás, para que a vossa alegria seja completa. Depois dessas palavras, o bem-aventurado Doutor invocou Deus poderosamente e orou para que resgatasse e salvasse a pobre jovem do espírito maligno que estava nela, para honra de Cristo e de seu santo nome, para que assim fosse louvado e glorificado. Depois desta oração e admoestação, afastou-se da menina e a empurrou com seu pé, e escarneceu de Satanás, dizendo: "Você é um demônio orgulhoso, com muito gosto me veria organizar uma cerimônia contigo, mas você não vai experimentar isso. Não o farei. Faça o que quiser, eu não vou desistir.

Depois deste procedimento, no dia seguinte, levaram a jovem de Wittenberg para Meissen. Então escreveram e em várias ocasiões informaram ao Dr. Lutero e outros que depois disso o espírito maligno não mais atormentava ou convulsionava a garota como antes." 

– Höker, in Dunte, Conscientiae, pp. 100-103.

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