abril 15, 2017

Sábado Santo - Silêncio

“Lamentação sobre o Cristo Morto”, de Andrea Mantegna (c.1475), Pinacoteca de Brera, Milão.

"Levem um destacamento", respondeu Pilatos. "Podem ir, e mantenham o sepulcro em segurança como acharem melhor".
Mateus 27:65

As mãos poderosas que alimentavam as multidões famintas, agora estão imóveis na morte. Os pés santos que andaram sobre a fria água do mar estão imóveis na morte. Não é por acaso, mas pela Providência Divina, que nosso Senhor Jesus Cristo foi pregado no madeiro da Cruz. A morte não foi até Jesus; Jesus foi até a morte. Pregos marcam Suas mãos e seus pés. Seu lado carrega a marca de uma lança. A estéril colina do Calvário agora está em silêncio, enquanto os soluços abafados desaparecem neste silêncio desesperador. O corpo de nosso Senhor foi levado e envolto em um pano de linho e colocado em um túmulo emprestado. Aquele que criou a vastidão do firmamento está agora dentro dos limites de um túmulo. A Luz do Mundo está na escuridão por três dias. Cristo ofereceu o único, final e completo sacrifício pelo pecado do mundo. Na ordem de Pilatos, os guardas são colocados no túmulo que havia sido fechado com todo cuidado possível - tudo em vão. Jesus Cristo venceu a morte e alcançou para nós a vida eterna. A escuridão da Sexta-Feira Santa precede uma aurora eterna - o pecado, a morte e o inferno são completamente derrotados. O túmulo vazio de nosso Senhor nos enche de alegria e nos encoraja a confessar: "Ressuscitou no terceiro dia".

Assim, sabiamente dizia, ainda ontem, o Frade Capuchinho e pregador oficial da Casa Pontifícia, no Vaticano: 

Sim, Deus está morto, morreu em seu Filho Jesus Cristo; mas não ficou no sepulcro, ressuscitou. "Vós o crucificastes – grita Pedro à multidão no dia de Pentecostes –, mas Deus o ressuscitou!” (At 2, 23-24). Ele é aquele que "estava morto, mas agora vive pelos séculos dos séculos" (Ap 1, 18). A cruz não “está” imóvel no meio das turbulências do mundo" como um lembrete de um evento passado, ou um puro símbolo; está como uma realidade em ato, viva e operante. 

Oremos
Na morte jaz A minha paz, / Jesus, na sepultura.
Livra pelo seu morrer / a minha alma impura.
Ceifou a dor o bom Senhor, / o meu escudo forte;
e na fria tumba jaz / o Senhor da morte.
Ó meu Jesus, Senhor da cruz, / a morte já não temo;
salvas-me por teu sofrer / do castigo extremo
Por teu sofrer, por teu morrer, / repouso em paz serena.
No sepulcro dormirei / em bonança amena.
A morte má só poderá / levar o corpo à cova;
Cristo o ressuscitará / para a vida nova.
Jesus, Senhor, meu Redentor, / Oh! Dá-me estar contigo
junto à cruz ,e na mansão / do celeste abrigo.
(Hinário Luterano - Hino 96)

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