Hoje muitas igrejas luteranas lembram, com gratidão a Deus, a vida de C. F. W. Walther, um grande pastor e teólogo, firme na confissão da fé evangélica, ortodoxa, católica e apostólica, e que deixou um legado para infindas gerações de pastores em sua proclamação calorosa e amorosa da Palavra de Deus para o povo.
Carl Ferdinand Wilhelm Walther nasceu em 25 de outubro de 1811 em Langenchursdorf, na Saxônia, como o oitavo filho (de doze) do Pastor Gottlob Heinrich Walther e sua esposa Johanna Wilhelmina Zschenderlein. Apenas seis de seus doze filhos viveram até a idade adulta. Destes seis filhos Walther, Otto Hermann (1809 - 1841) e CFW seguiram os passos de seu pai no ministério.
Ferdinand, como era chamado por sua família, foi começou a ser educado por seu pai. Por volta dos 8 anos passou a frequentar a escola em Hohenstein, permanecendo ali por dois anos. Entrou então na Latein Schule (escola latina) em Schneeberg, sendo graduado em setembro 1829. Um mês mais tarde matriculou-se na universidade de Leipzig para iniciar seu estudo de teologia e se juntou ao seu irmão mais velho Otto Hermann, que já estudava na mesma universidade. Durante seus anos como universitário em Leipzig, Walther sofreu de uma doença pulmonar quase fatal e teve que interromper seus estudos por seis meses. Durante este tempo leu intensamente as obras de Lutero e ficou convencido do firme fundamento bíblico da doutrina luterana e da importância de uma firme posição confessional. Em 1833 fez seu primeiro exame na universidade. Este exame autorizou-o a aceitar uma posição como tutor privado para a família Friedemann Loeber em Kahla. A experiência de dois anos de tutoria foi necessária para que ele fizesse seu segundo exame em Leipzig, o que o capacitou a aceitar seu primeiro chamado como pastor luterano.
Em 15 de janeiro de 1837 foi ordenado em Bräunsdorf na igreja "Zum Guten Hirten", onde era o único pastor e ensinava classes de religião na escola local como parte de seus deveres pastorais. Durante seu tempo universitário, bem como durante seu tempo no ministério, Walther enfrentou dificuldades com o governo racionalista da Saxônia. Ele sentia que não podia cumprir suas obrigações como pastor luterano de acordo com os escritos confessionais da Igreja Luterana, como havia jurado em sua ordenação. Walther e seu irmão Otto Hermann se familiarizaram com o pastor Martin Stephan de Dresden e eventualmente seguiram o apelo de Stephan à libertação do luteranismo ortodoxo nos Estados Unidos da América.
Em novembro de 1838 Walther deixou sua terra natal no navio Johann Georg (um dos cinco navios no grupo Stephan à navegar para a América). Ele chegou em 5 de janeiro de 1839 em Nova Orleans. Aproximadamente 800 imigrantes saxões do grupo se estabeleceram em St. Louis ou no sul, ao longo do rio Mississippi, no condado de Perry. Logo depois que os imigrantes se estabeleceram na nova pátria, seu líder e autoproclamado bispo, Martin Stephan, foi acusado de má conduta financeira e sexual e foi expulso do acordo. O partido de imigração estava profundamente perturbado e inseguro, visto que haviam deixado a hierarquia da Igreja alemã e não tinham certeza se ainda eram uma verdadeira igreja luterana. Walther, originalmente chamado para ser pastor de uma paróquia dupla nos assentamentos do condado de Perry de Dresden e Johannisberg, lutou severamente para esclarecer as questões levantadas por leigos e outros pastores . Em abril de 1841, logo após a morte de seu irmão Otto Herman em St. Louis, e depois de um chamado da congregação de seu falecido irmão, houve uma disputa pública entre Walther e o advogado Marbach, um dos líderes leigos, no que é conhecido como o "Debate de Altenburg". Walther convenceu Marbach de que eles poderiam validamente considerar-se uma igreja. Ele então aceitou o chamado à Igreja Trinity Lutheran em St. Louis e serviu esta congregação de maio de 1841 até sua morte em 1887. Enquanto ainda estava no condado de Perry, ele foi instrumental no estabelecimento de uma simples faculdade, que foi inaugurado em dezembro de 1839.
Em 21 de setembro de 1841, Walther casou-se com Emilie Buenger. Nasceram seis filhos desta união: Madalena (22 de novembro de 1842, 15 de maio de 1936), Herman Christoph (25 de outubro de 1844, morreu aos quatro anos), gêmeos Constantino e Ferdinando (23 de fevereiro de 1847, Constantino D., 21 de dezembro de 1905, Ferdinand, 25 de maio de 1933), Julie (27 de julho de 1849, 12 de junho de 1898) e Christian Friedrich (29 de junho de 1851, 29 de outubro de 1852). Ferdinand, filho de Walther, foi pastor em Brunswick Missouri, até sua morte em 1922. Ambas as filhas se tornaram esposas de pastor. Magdalene se casou com Stephanus Keyl, que ministrou em Nova York; Julie casou-se com JH Niemann e o seguiu até Cleveland. Constantino tornou-se um moleiro.
A Igreja Luterana - Sínodo de Missouri foi formada em 26 de abril de 1847 e Walther serviu como seu presidente de 1847 a 1850 e novamente de 1864 a 1878. A faculdade foi movida do Condado de Perry para St. Louis em 1850 e se tornou o Seminário Concordia. Walther tornou-se seu primeiro presidente e ocupou essa posição até sua morte em 1887. Ele também fundou a Sociedade Bíblica Luterana de St. Louis em 1853 e começou duas publicações importantes: Der Lutheraner (em 1844) e Lehre und Wehre (em 1855). Foi autor de muitos livros e artigos periódicos, entre os quais a mais notável Teologia Pastoral; Igreja e Ministério; e seu clássico tratado sobre "A Correta Distinção entre Lei e Evangelho". Walther era também o pastor principal das quatro congregações luteranas de Saxon (chamadas Gesammtgemeinde) em St. Louis, enquanto mantinha posição no sínodo e do seminário. Em agosto de 1855 Walther recusou um doutorado honorário da Universidade de Goettingen, mas aceitou um doutorado em teologia pela Capital University, em Columbus, Ohio, em 1877.
No quinquagésimo aniversário de sua ordenação, em janeiro de 1887, Walther já estava bastante doente e nunca se recuperou completamente. Morreu em 7 de maio de 1887 e foi sepultado dez dias mais tarde no cemitério de Concordia, onde um mausoléu foi erigido mais tarde em sua honra.
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