maio 21, 2019

 
Flávio Valério Aurélio Constantino (272-337), conhecido por Constantino I ou Constantino, o Grande, foi imperador do Império Romano de 306 a 337 d.C. Passou a história como primeiro imperador cristão.

Era filho de um oficial grego, Constâncio Cloro, que no ano 305 foi nomeado Augusto ao mesmo tempo que Galério, e de Helena, uma mulher que chegaria a ser santa. Por morte de Constâncio Cloro, em 306, Constantino é aclamado imperador do Ocidente pelo exército local, no meio de uma difícil situação política, agravada pelas tensões com o antigo imperador, Maximiano, e com o seu filho Maxêncio. Constantino começou por derrotar Maximiano, em 310, e logo a seguir Maxêncio, na batalha de Ponte Milvio, em 28 de Outubro de 312. Segundo a tradição, Constantino terá tido uma visão antes dessa batalha. Olhando o Sol, ao qual prestava culto, como pagão que era, viu uma cruz e ordenou que os seus soldados pusessem nos escudos o monograma de Cristo (as duas primeiras letras do seu nome em grego, sobrepostas). Embora continuasse a praticar ritos pagãos, a partir dessa vitória passou a mostrar-se favorável aos cristãos. Com Licínio, imperador do Oriente, promulgou o chamado “Édito de Milão”, favorecendo a liberdade de culto. Mais tarde, os dois imperadores confrontaram-se e, no ano de 324, Constantino derrotou Licínio, convertendo-se no único Augusto do Império.
 
Constantino levou a cabo numerosas reformas de tipo administrativo, militar e econômico, mas no que mais se destacou foi nas disposições político-religiosas e, em primeiro lugar, nas que tinham por objetivo a cristianização do Império. Promoveu estruturas adequadas para conservar a unidade da Igreja, como modo de preservar a unidade do Estado e legitimas a sua configuração monárquica, embora também tivesse outras motivações religiosas de tipo pessoal. Tomou certas medidas contra heresias e cismas, a par de várias disposições administrativas eclesiásticas. Lutou contra o cisma causado pelos donatistas no norte de África, para defender a unidade da Igreja, e convocou o Concílio de Niceia, para resolver a controvérsia trinitária originada por Ario. Em 330 transferiu a capital do Império de Roma para Bizâncio, à qual chamou Constantinopla. Como era normal na sua época, só foi batizado pouco antes de morrer, por Eusébio de Nicomédia, bispo de tendência ariana.

Apesar das falhas do seu mandato e do seu caráter caprichoso e violento, não podemos negar o fato de Constantino ter dado a liberdade à Igreja e favorecido a sua unidade. Por outro lado, não é historicamente correto que, para o conseguir, Constantino tenha determinado, entre outras coisas, o número de livros que a Bíblia devia ter.

Neste longo processo, que só mais tarde terminou, os quatro Evangelhos eram, desde há muito tempo, os únicos que a Igreja reconhecia como verdadeiros. Os outros “evangelhos” não foram suprimidos por Constantino, pois já tinham sido proscritos como heréticos dezenas de anos atrás.
 
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Retirado do livro: “50 Perguntas sobre Jesus”. Juan Chapa. Ed. Paulinas.

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