por Rev. Jordan Cooper
O tempo de Pentecostes é aquele tempo em que a igreja tem a oportunidade de falar de certas verdades que, de vez em quando, podem ser negligenciadas na pregação luterana. Devido à centralidade do segundo artigo do Credo, às vezes, o terceiro artigo pode ser esquecido. Enquanto me preparava para o meu sermão no dia de Pentecostes, estive examinando alguns dos comentários que C.F.W. Walther fez em sua própria pregação durante este período. Ele define a celebração do Pentecostes com as seguintes palavras: "Por que celebramos esta data? É pelo fato de que Deus não só se uniu pessoalmente à nossa natureza humana em Cristo, mas agora está se unindo em graça com cada ser humano e quer fazer morada em seu coração. ” [1] Walther certamente não tinha uma forte aversão a pregar sobre Cristo "em nós", como se de alguma forma se opusesse ao anúncio de Cristo "por nós". Para ele, a união mística é uma das verdades mais importantes da fé cristã. Em um grande resumo, Walther escreve:
Não é suficiente para Deus apenas fazer sua obra em nós e nos encher com seus dons, com sua luz, seu poder e seu conforto. Deseja Ele mesmo entrar, com sua natureza, em nossos corações. Não é suficiente para Deus fazer dos seus sacerdotes as pessoas que vêm diante dele e o servem, Ele também quer que elas sejam seus templos onde Ele as serve. Não é suficiente que Deus um dia receba seu povo no céu, onde eles o verão, entronizado em glória, face a face, mas Ele mesmo, já aqui, quer convertê-los em seu céu e estabelecer Seu trono neles. . [2]
Esta misteriosa união é, para Walther, a base da vida de santificação do cristão. Além disso, ele declara: "Então, se Deus entra no coração de uma pessoa, primeiro ocorre uma grande transformação de sua natureza. De fato, nesta vida é impossível para uma pessoa estar completamente livre de seus pecados, mas se o Espírito Santo faz dela seu lar, seu coração deve estar completamente livre de seu amor pelos pecados. ” [3] A própria natureza é transformada através desta morada. Pode-se então dizer que esta é a idéia de Walther da theosis. Isso é consistente com a maneira como ele fala em outros lugares. Não é incomum que Walther use uma forma do famoso dito de Atanásio, como quando diz: "O Filho de Deus tornou-se como nós, para que nos tornemos como Deus, Ele assumiu a semelhança de um pecador para que retornemos à semelhança de Deus." [4]
As declarações de Walther aqui deveriam ser um encorajamento para os pastores pregarem acima de tudo sobre todo o conselho de Deus. Essas verdades da união mística que Deus tem com o crente são essenciais para a vida de fé, e devemos estar dispostos a falar sobre elas! O Pentecostes nos dá a oportunidade de lembrar nossas congregações dessa realidade.
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Autor: Rev. Jordan Cooper
Tradução: Denício M. Godoy, Seminarista
Publicado Originalmente em: https://www.patheos.com/blogs/justandsinner/c-f-w-walther-mystical-union-pentecost/
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