Homília sobre «Pai, se é possível» (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 72)
«Deus amou tanto o mundo»
Foi a cruz que reconciliou os homens com Deus, que fez da Terra um Céu, que uniu os homens aos anjos. Ela derrubou a cidadela da morte, destruiu o poder do demônio, libertou a Terra do mal, estabeleceu os fundamentos da Igreja. A cruz é a vontade do Pai, a glória do Filho, o júbilo do Espírito Santo. [...]
A cruz é mais brilhante que o sol porque, quando o sol se turva, a cruz resplandece; e o sol turva-se, não no sentido de ser aniquilado, mas de ser vencido pelo esplendor da cruz. A cruz rasgou a ata da nossa condenação, quebrou as cadeias da morte. A cruz é a manifestação do amor de Deus: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita nele não pereça.»
A cruz abriu o paraíso, deixou que nele entrasse o malfeitor (Lc 23,43) e conduziu ao Reino dos Céus a criatura humana, destinada à morte.
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