Cena do Filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson |
Comentário do dia por Martinho Lutero
Doutor e Reformador da Igreja Cristã
Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada.
Maria não diz que vão falar muito bem dela, elogiar sua virtude, cantar um hino para engrandecer seu feito. Pelo contrário, falarão somente do fato de Deus ter posto os olhos nela. Será dito que ela é bem-aventurada por causa disso. Isso significa dar glória a Deus da maneira mais pura possível. Por isso Maria aponta para o contemplar e diz: "Eis que de agora em diante me dirão bem-aventurada". Isto é, a partir do momento em que Deus contemplou minha nulidade, serei declarada bem-aventurada. Com isso não se louva Maria, mas a graça de Deus para com ela.
Maria não gosta de ouvir os charlatães inúteis, que pregam e escrevem muito a respeito de seu mérito. Todos aqueles que insistentemente atribuem a Maria tanto louvor e honra e lhe impõem tudo isso não estão longe de transformá-la em ídolo, como se ela desejasse ser honrada e se devesse esperar todo bem dela. Maria rejeita isso e quer que Deus seja honrado nela e que, por intermédio dela, todos sejam levados a confiar plenamente na graça de Deus
Então, assim, você ficará maravilhado com a superabundante graça de Deus que olha, recebe e abençoa ricamente e com tão grande misericórdia uma pessoa tão insignificante e nula. A apreciação de tudo isso vai impelir você a amar e honrar Deus por causa de tamanha graça. Você deve sentir-se encorajado a esperar tudo desse Deus que observa com tamanha misericórdia pessoas sem importância, desprezadas, nulas e não as despreza. Assim seu coração será fortalecido em Deus na fé, no amor e na esperança. Haveria algo mais bonito para ela do que se você, por meio dela, encontrasse Deus e aprendesse a confiar nele? Mesmo que seja desprezado e reduzido a nada onde quer que seja, na vida ou na morte? Maria não quer que você venha a ela, mas que você encontre Deus através dela.
Fonte:
LUTERO. Martim. Magnificat - O Louvor de Maria. Aparecida: Santuário; São Leopoldo: Sinodal, 2015.
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