janeiro 18, 2018


Comentário do dia por Santo Hilário de Poitiers (310-368 d.C)
Tratado sobre a Santíssima Trindade Livro Sexto.36-37

Que será o que agora o Pai revela a Pedro, e que lhe dá a glória de uma confissão bem-aventurada? Acaso desconhecia os nomes de Pai e de Filho? No entanto, com freqüência os ouvira. Mas fala o que ainda nenhuma voz humana proferira: Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo. Pois, embora estivesse no corpo, confessou ser Filho de Deus; agora, pela primeira vez, a fé apostólica reconhece nele a natureza da divindade. O louvor foi dado a Pedro, não tanto pela confissão da honra quanto pelo reconhecimento do mistério; porque confessou não apenas o Cristo, mas o Cristo Filho de Deus. Dizendo: Tu és, expôs a força e a propriedade da verdadeira natureza. E ao dizer o Pai: Este é o meu Filho (Mt 17,5), revelou a Pedro o: Tu és o Filho de Deus, porque dizer: Este é é uma revelação do que revela, e a resposta: Tu és é o reconhecimento do que confessa. 

Portanto, sobre esta pedra da confissão está edificada a Igreja. A carne e o sangue não revelam o sentido do que é confessado. O mistério da divina revelação não está só em proclamar Cristo Filho de Deus, mas em crer. Acaso foi revelado a Pedro antes o nome do que a natureza? Se já ouvira o nome, várias vezes, do Senhor, que se confessava Filho de Deus, em que consiste então a glória da revelação? Na proclamação da natureza, sem dúvida, não do nome, já que a declaração do nome era freqüente.

 Esta fé é o fundamento da Igreja; por esta fé, são fracas as portas do inferno contra ela. Esta fé tem as chaves do reino celeste. O que esta fé ligar ou desligar na terra será ligado ou desligado nos céus (cf. Mt 16,18 e 19). Esta fé é dom da paterna revelação: não imaginar de modo algum Cristo como criatura, mas confessar o Filho de Deus, segundo a sua natureza.

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